As idas e vindas do polêmico Pe. João Felipe
Nos documentos a Assembléia da Província de Minas,
encontramos alguns relatos sobre incidentes envolvendo o vigário Pe. João Felipe da Silveira e os moradores da freguesia de Santa Rita.
Certamente esses fatos seriam melhores esclarecidos com a existência do 1º Livro do Tombo da paróquia de Santa Rita, que infelizmente se perdeu. Porem, como não o temos para “ouvir as duas partes”, vamos aos fatos.
O vigário Pe. João Felipe
Pe. João Felipe da Silveira Júnior, natural de Formiga – MG, foi vigário de Santa Rita entre 1850 e 1870.
Em 1852, foi candidato a eleitor do império em Santa Rita, angariando 35 votos, ficando em nono lugar, como 4º suplente.
As idas e vindas do vigário
Com menos de 1 ano de serviços como vigário da freguesia, Pe. João Felipe começou a abandonar seus fiéis por períodos de 2 semanas a 1 mês, intercalando com períodos de permanência na paróquia de 1 a 2 meses.
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Com as ausências constantes do vigário e com muita gente morrendo sem os serviços religiosos, a população da freguesia começou a se revoltar contra o vigário. Isso fez com que,
em 1854, o juiz de paz da freguesia, Cap. João Antonio Dias, escrevesse ao Governo da Província de Minas Gerais, solicitando providências quanto às atitudes do vigário.
Na carta, o Cap. João Antonio argumenta que o Pe. João Felipe parecia ser vigário da Corte ou de São Vicente Ferrer da Formiga (atual Formiga – MG), pois este passa mais tempo nestas do
que na freguesia de Santa Rita, e arremata:
“As pessoas se revoltaram e protestaram contra tais atos. Muitos já morreram sem os últimos sacramentos.”
Atitudes extremas
Mesmo com diversas reclamações, de várias outras autoridades da freguesia, o Pe. João Felipe continuou como vigário da freguesia, deixando-a ainda por varias vezes abandonada.
Em fevereiro de 1860, o Pe. João Felipe declarou á estação da missa, que não queria mais ser vigário da freguesia e logo deixou o povoado em direção a Corte, no Rio de Janeiro.
O juiz de paz da época, Ten. Manoel Ribeiro de Carvalho, mandou trancar a Matriz e encaminha ofício ao Governo da Província relatando tal ocorrido:
“no intuito de acautelar as alfaias e objetos sagrados que existem na matriz, mandei fechá-la”
Pe. João Felipe retornou da Corte em 18 de março e encontrou a matriz trancada. Diante da situação, o vigário buscou alguns que ainda lhe queriam bem e com a ajuda destes arrombou a porta da Matriz, quebrando as caixas que guardavam as alfaias.
Ten. Manoel Ribeiro encaminha novo ofício ao Governo da Província relatando todos os acontecimentos, dizendo ao final que o vigário “apoderou-se de tudo”, e pedindo providências tanto do Governo de Minas como do Bispo Diocesano.
A “bronca” do Presidente
Em resposta ao ofício enviado pelo juiz de paz da freguesia, o Presidente da Província de Minas, Vicente Pires da Mota, rebate a atitude do Ten. Manoel Ribeiro:
“… em resposta declaro-lhe que muito mal fez vmc. em não mandar entregar-lhe as chaves da igreja quando ele voltou da viagem que fez ao Rio de Janeiro...”
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